27/04/2012

Quando só há o "E"...

E os dias passam-se mecanicamente.
E adiam-se, então, todas as atividades,
Esperando a pessoa,
Esperando o momento.
Entretanto...
A pessoa se vai.
E o momento acaba.
E as atividades permanecem.
E o rumo está perdido.
E odeio a dependência que me causa.
Odeio profundamente.
A dependência que me maltrata,
Que me mata em pequenas doses.
Só resta a parte exausta de mim
Em pensamento.
E essa não vive,
Não pensa,
Não ri,
Só procrastina.
E os dias passam-se mecanicamente.
E adiam-se, então, todas as atividades...

15/03/2012

Charada

Dois atos presentes na vida...
Talvez sejam inevitáveis.
Talvez não. Quem sabe?
Quase nada têm de comum um com o outro.
Por um ser um momento mágico.
Já o outro, trágico.
Está no caminho dos terráqueos
E em seus corações.
No sentimento do coração.
Na parada do coração.
Os dois atos nos olhos fechados.
Coincidência entre os dois?
Um é sempre almejado
Entre as emoções dos enamorados.
O outro, mentalmente adiado,
No desejo de todos os condenados.
Apesar de toda sorte,
De quem vos falo?
Obviamente, do beijo e da morte.

Our Knowledge?

Cadê a espontaneidade de pensamento e expressão?
Cada ser se fecha na sua própria composição
Comportamento, moral, dogmas mudados
No egoísmo da razão:
O globo modificado!
As pessoas se afastam, dificultam a comunicação
E quando é necessário compreender o outro lado
Simplesmente as palavras falecem,
Enterra-se a intuição.
Não entendo...
Não compreendem...
São apenas palavras!
Dá-se importância
Ao que de nada serve.
E o conteúdo da essência, o crescente e essencial
Vai pra debaixo do carpete da vida substancial.

13/03/2012

Ócio

Posso até papel de boba fazer
Mas sou das românticas
E quando estou a pensar
Começo a perceber
Que apesar da distância...
Sempre me lembro de você!

10/03/2012

Tese Inconstante

Como queria eu que o sono me possuísse,
Igualmente à donzela de W.S.,
Para livrar da áurea a infundada preocupação
Que ofusca a mente e o coração.
Atitude soberba porém degradante,
O pensar transforma a declaração à janela
Em suposição inconstante...
Onde está a sua presença para realçar minha nobreza?
Esta última que encontra o mais puro prazer
Ao mergulhar em teus doces olhos a base de meu resplendor!
Nobreza dos dependentes apaixonados
Sem significado ao falar alheio
Que me devora as entranhas
E piora meu estado.
A séssil batalha
Que nunca termina
Fazem como vítimas do meu genocídio mental
As horas perdidas,
As dores sentidas,
A impaciência adquirida.
Qual filosofia é mais vã
Do que as teses embaraçadas do amor?
No questionamento permaneço só.
Só as linhas sem valor,
Só as inúteis frases de dor.
Começo outro desnecessário verso.
Sim, sim... Chove no asfalto quente.